Querido amigo da crítica abaixo: Não somos pra você.
No Unplanned, estamos fazendo uma experiência de receber feedbacks sobre algumas indústrias, entre elas a da comunicação. Tem muita coisa legal e você vai ver o conteúdo em breve.Mas entre os atuais 150 participantes animados em participar, um cara resolveu dar um feedback sobre o Unplanned. Nem era pra citar empresas, mas ok, se o cara achou uma oportunidade de dizer o que estava incomodando a gente tentou ver com bons olhos.
O que lamentamos é que nunca mais vamos conseguir atender esse amigo.
Seu desejo: “parar de falar de bullshitagem de desplanejar e voltar a ser uma fonte confiável de planejamento”.
Ficamos pensando o que é ser uma fonte confiável de planejamento, se na verdade o melhor do planejamento é respirar fora dele mesmo. Então ser uma fonte confiável de planejamento é não falar mais de planejamento. Por isso fundamos nosso projeto, que desde 2011 (!) já levava essa bandeira.
A segunda coisa que nos separa de pessoas que pensam isso é o nosso nome. Nascemos unplanned, para romper algumas lógicas e sair do senso comum de gurus da montanha do planejamento. Desplanejamento pra gente é coisa séria, e tudo bem para outros ser bobagem.
Pra gente, muitas coisas de planejamento são bullshitagens e pra outros parece um pote de ouro. Cada um se abraça nas suas próprias convicções e a partir daí arca com suas consequências ;)
A terceira é que o mundo está precisando de rupturas, atitudes inovadoras e ação.Não do velho planejamento. Vocês tão vendo tudo que está acontecendo?
Tudo que o mundo não precisa é um case romanceado para ganhar um effie. Ou de um profissional infeliz com seu dia a dia pagando de gatinho na entrevista do jornalzinho ou blogzinho da sua profissão.Ou de todas as mazelas que fez o planejamento emburrecer e, praticamente, não mudar mais nada.
(Até por que estamos vendo a própria crise de identidade e relevância das agências, né?)
Sabemos o quão triste e irresponsável seria estimular todo mundo a crescer numa carreira que, a cada dia, dá provas que vai migrar para outro tipo de função e atividade. Sobre ser planner ou não. Para pensar:
De que adianta você ser um planejador convencendo outros da tribo que você é importante?
Nesse mundo complexo, você acredita mesmo que é você quem resolve tudo?
Será que não podemos pegar nossos maiores skills, colocar na sacola e ir para outras mesas, cargos e crachás para que nosso conhecimento funcione de verdade?
Será que nossos talentos de perceber comportamento, cultura, conectar pontas não podem ganhar um jeito de trabalhar em outras cadeiras ou empresas?
Não é mais legal ser planejador do mundo e das mudanças em todas as áreas do que na simples e cada vez mais mutante comunicação?
Será que as próprias agências não precisam dessa ruptura?
De retomar o papel de desafiantes nos seus clientes em processos liderados por estrategistas?
Nossa escolha foi abraçar a transformação, com a força do planejamento como premissa, mas atingindo outros mundos, pessoas, negócios e formatos.
Lamentamos profundamente quem está se sentindo órfão da visão de ~planejamento~.
Não é o que queremos ser. Aliás, mais claro ainda: não é o que somos.
Tá no nome, tá nos editoriais, tá nos exemplos e na rede que estamos construindo.
Amamos os skills dos planejadores e achamos que eles podem dominar o mundo. Mas longe do crachá ou do cargo. Longe da mesma entrega de sempre.
Na atitude de mudar. Pensar sim, mas fazer. Ao mesmo tempo. O planejamento e o fazer são meios, não destinos.
Queremos usar nossos talentos, visões, energias para que algo aconteça de verdade.
Ah, mas não se preocupe se você é o último dos românticos e quer ser o bom e velho “planner”.
Tem um monte de blogs das antigas pra você. Sem mágoas, pode ir sem culpa e volte quando quiser.
Foresti, CH e Equipe Unplanned
