Ondo você vai estar nos próximos cinco anos?

POR

Luis Zaquera

Planner na Ogilvy Healthworld

Não sei vocês, mas eu tenho pensado bastante sobre onde e como vou estar nos próximos cinco anos. Onde fisicamente vou estar, como em termos de profissão e de ambiente de trabalho.

Sempre me disseram que pega mal você ter dúvidas sobre a sua profissão.

Quando estava no cursinho tinha que ter certeza sobre que curso prestar no vestibular, na faculdade tinha que saber onde buscar o estágio ideal, já formado, precisava ter em mente qual seria o lugar para construir minha carreira.

Eu passei anos achando que precisava encontrar essa empresa ideal, uma agência ideal, com um chefe ideal, um cliente ideal, um projeto ideal que faria minha carreira alçar grandes voos.

E tudo vai indo, ora bem ora mal, até que a gente entende que essa coisa de ideal só existe no campo das ideias.

E que ao invés de emprego ideal, nós precisamos correr atrás de uma forma de remuneração que ajude a pagar as contas e que não nos faça parecer zumbis, quase sem energia ao final de cada semana.

E não me entendam mal, é bom se dedicar aos projetos como se não houvesse amanhã. Mas a coisa toda tem que fazer sentido para valer a pena, mesmo que esse sentido venha apenas um bom pressentimento.

Uma das palestras que assisti no Hacktown, em fevereiro,em Santa Rita do Sapucaí foi sobre isso, sobre como a gente precisa abrir mão de tantas coisas para ir em busca daquilo que acredita. 

O Sergio Barros não mostrou nenhum case, deu um relato sobre sua jornada em busca de uma vida mais criativa.

E para chegar onde ele chegou foi necessário reaprender a ver e fazer as coisas a partir de novas perspectivas. 

No caso dele, de funcionário em grandes agências para dono de uma consultoria que começava do zero, de um carro 4x4 para uma bicicleta elétrica, do que era um simples hobbie para algo que pode se tornar uma carreira promissora. 

Para cumprir a meta do Sergio foi preciso abandonar muitas certezas, medos, hábitos, luxos e crenças. E eu certamente tenho muito o que deixar de lado.

Para o Sergio o processo criativo é um estilo de vida, para mim é um objeto de estudo. Nossas perspectivas são totalmente diferentes, o que ele vive na pele eu procuro dissecar até as vísceras. E cada um segue sua vida como bem entender. 

Eu estou começando a avaliar o que fica e o que me acompanha nos próximos cinco, dez, vinte anos. Em parte já sei de umas “verdades” que podem ficar...

“criatividade se vive na prática, não se estuda”..!

“criatividade não se aprende, se nasce sabendo”..!

“tem pessoas que são criativas e outras que não”..!

“não existe lógica nenhuma no processo criativo”..!

“o que é criativo para um não é para os outros”..! 

Uma vez eu ouvi que planejamento não ajuda muito na hora de fazer escolhas, principalmente aquelas que nos fazem perder o folego porque não sabemos ainda se são certas ou erradas. Para mim a palestra do Sergio foi sobre isso.

Sobre como a gente precisa de pouco para acreditar em uma coisa e seguir em frente para construí-la.  E você, do que vai abrir mão na busca do que deseja?