No post de hoje, teremos a participação de Evilásio Miranda, Marco Giroto e Juliana Barsi no [inspiração hacker]. É o 16º da série, resultado da parceria entre Unplanned e Hack Town (www.hacktown.com.br).
Para conferir os posts anteriores, é só clicar nos links abaixo:
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Post 01 > Manuela Colombo / Luciano Freitas / Fabrício Teixeira
Post 02 > Janaína Borges / Marc Shillum / Ernesto Abud
Post 03 > Dilson Laguna / Lourenço Bustani / Cindy Gallop
Post 04 > Silvia Curiati / Paula Dias / Facundo Guerra
Post 05 > Antonio Marcos Alberti / Julio Mossil / Daniela Brayner
Post 06 > Matthias Hollwich / Alex Bretas / Fabiana Soares
Post 07 > Scott Shigeoka / Hilaine Yaccoub / Pedro Gravena
Post 08 > Gabriela Agustini / Michael Conrad / Luiz Filipe Carvalho
Post 09 > Frederic Fontaine / Kaio Freitas / Daniela Klaiman
Post 10 > Simone Cota Silva / Paulo Tadeu Arantes / Franklin Costa
Post 11 > Dr. Bob Deutsch
Post 12 > Diogo Rodriguez / Mayra Fonseca / Mark Masters
Post 13 > Igor Oliveira / Gareth Kay / Thaysa Azevedo
Post 14 > Armando Aguinaga / Rebeca Prado / Paulo Emediato
Post 15 > Guilherme Guedes / Chance Glasco / Lina Lopes
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É difícil avaliar de dentro o nível hacker de um projeto, até que, com algum tempo você começa a entender a transformação que ele vai gerando na vida das pessoas. Hoje eu diria que liderar a aceleradora de novas marcas de moda Brazilians to Be (BtoBe) foi transformador para os designers que participaram, mas, principalmente, pra mim. Tentei dar a cada uma delas, por menores que fossem, uma perspectiva global do negócio de moda, incentivando-as a ganharem o mundo. Vi algumas delas posicionadas nas melhores lojas do mundo. Pequenas, minúsculas, às vezes one-man-show-businesses, vendendo na luisaviaroma.com, multimarca desbravadora do digital, no modaoperandi.com, em concept stores de Tóquio, Xangai, Copenhague, derrubando as fronteiras do mundo num dos negócios mais tradicionais que existem, por mais paradoxal que possa parecer, que é a moda.
Minha experiência me mostrou que "ter foco" é quase uma forma de autossabotagem, ou de tentar esconder limitações pessoais. Expandir o olhar é mais do que necessário, na complexidade cada vez maior em que vivemos, para alavancar os aprendizados dos mais diversos pontos de contato que temos com a realidade. No começo deste ano, eu prometi: "não vou dizer 'não' pra nenhum projeto que aparecer" (loucura, né, mas é por aí...).
Saí de uma realidade de estabilidade, trabalho de escritório, viagem em business class e carreira em ascensão em uma importante agência governamental, em Brasília, para freelar no mundo da moda, minha paixão, em São Paulo e no mundo. Atualmente, na moda, ajudo meus clientes, dos mais diversos portes, a construírem caminhos para a internacionalização de suas marcas. De uma forma mais transversal (moda, beleza, lifestyle), pesquiso novos comportamentos, estéticas e movimentos no Brasil para uma agência de tendências francesa (nellyrodilab.com) e trabalho o conteúdo global deles com clientes brasileiros. Dou aula no IED São Paulo, faço palestra de tendências, curadoria de marcas para eventos de varejo, mentoria de start-ups de moda. Nenhum foco, né?
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Venho empreendendo desde os 24 anos (hoje com 36). Já desenvolvi alguns negócios ao longo dos anos, alguns deram certo, outros nem tanto, mas todo este percurso foi que nos trouxe, minha esposa e eu, até a SuperGeeks (supergeeks.com.br), que fundamos quando morávamos no Vale do Silício. Havíamos nos mudado para lá para criar uma startup, e abandonamos essa startup por acreditar muito no negócio e no potencial da SuperGeeks. Assim sendo, este é o projeto mais hacker até o momento, por envolver tecnologia, educação e completa inovação.
O primeiro e melhor aprendizado é a persistência. Muitos problemas e barreiras irão surgir antes mesmo de colocar uma ideia no papel, e mais ainda depois que ela estiver no papel. A maioria das pessoas tende a desistir nos primeiros obstáculos e é ai que mora o perigo. Ter ideias é fácil. O difícil é executar. E é na execução que os problemas aparecem e é exatamente nessa hora que não podemos desistir. De todos os negócios que criamos, muitos não deram certo por termos desistido antes da hora, antes de lutar muito. Então com o tempo, fomos aprendendo que os problemas são diversos e temos que aprender a como transpor essas barreiras. E claro, outro aprendizado muito importante é correr atrás. Ficar parado esperando as coisas acontecerem só fará com que o negócio nunca saia do lugar.
Aprendi a programar aos 12 anos e desde então, nunca mais sai da área de tecnologia. Morava no interior de São Paulo e aos 21, me mudei para a capital para trabalhar com tecnologia. Passei por empresas como Petrobrás, HP, Natura, entre outras, todas no setor de tecnologia e fundei minha própria empresa aos 24, uma empresa de consultoria e treinamento. Aos 25, minha esposa e eu fundamos a primeira Editora de audiolivros do Brasil, a Audiolivro Editora. Depois disso, nos envolvemos em diversos outros projetos, e como nosso know-how era na área de tecnologia e educação, já que Vanessa havia sido professora, e estávamos morando no Vale do Silício, tivemos a ideia e começamos a executar o início da SuperGeeks que é a primeira e maior escola de ciência da computação para crianças e adolescentes do Brasil, hoje com mais de 30 unidades e mais 20 em processo de abertura.
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O Projeto (Rua)³ - (leia-se Rua ao Cubo). Eu e uma equipe muito bacana buscamos melhorar a relação das pessoas com a cidade. Queremos poder fazer isso sempre de uma forma inspiradora e participativa, buscando sempre entender quais são os seus desejos e necessidade da sociedade antes de propor qualquer intervenção fixa. Foi com esses objetivos que criamos o projeto Rua ao Cubo, que é uma ferramenta de pesquisa inédita para estudar espaços públicos e conectar pessoas interessadas na transformação urbana. A ideia é que esse objeto, novo no espaço, desperte a curiosidade e o estranhamento nas pessoas, ao mesmo tempo em que se torne um elemento agregador e um convite para usufruir o espaço público.
O cubo é uma estrutura itinerante que pode ser instalada em qualquer espaço público temporariamente. Ele é colorido e divertido, com dimensões de 3x3x3m, é flexível e adaptável às atividades culturais. Já foram realizadas 4 edições do projeto na cidade de São Paulo. Durante as edições foram realizados diversos tipos de programa como: pesquisas urbanas, shows, workshops, oficinas criativas, exposições, biblioteca pública, cinema ao ar livre, brincadeiras infantis, projeções noturnas, entre muitas outras atividades. É sempre muito inspirador fazer uma edição, pois estamos sempre nos conectando com novas pessoas e espaços diferentes. É uma experiência única que cada edição nos proporciona, pois conseguimos ver novas formas e possibilidades para a construção de um\ cidade mais humana e democrática, e ao mesmo tempo inspirar as pessoas a fazer isso também.
Acho que o maior aprendizado é que para transformar qualquer realidade você precisa se conectar com várias pessoas, e buscar entender os desejos e necessidades delas. Nenhuma transformação é realizada sozinha, e a riqueza da transformação vem justamente dessa diversidade de pessoas e opiniões, é nessas conexões que você encontra as respostas que procura.
Sou co-fundadora da Associação Bela e diretora executiva, me formei em Arquitetura e Urbanismo, pela Escola da Cidade, em São Paulo, onde também fiz pós-graduação em Habitação e Cidade. Estudei transformações em espaços públicos e placemaking com a ONG Project for Public Spaces, em Nova York.
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