Este é o décimo-segundo post da série [inspiração hacker], parceria do Unplanned com o Hack Town (www.hacktown.com.br). Nele, teremos a participação de Igor Oliveira, Gareth Kay e Thaysa Azevedo.
Para conferir os posts anteriores, é só clicar nos links abaixo:
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Post 01 > Manuela Colombo / Luciano Freitas / Fabrício Teixeira
Post 02 > Janaína Borges / Marc Shillum / Ernesto Abud
Post 03 > Dilson Laguna / Lourenço Bustani / Cindy Gallop
Post 04 > Silvia Curiati / Paula Dias / Facundo Guerra
Post 05 > Antonio Marcos Alberti / Julio Mossil / Daniela Brayner
Post 06 > Matthias Hollwich / Alex Bretas / Fabiana Soares
Post 07 > Scott Shigeoka / Hilaine Yaccoub / Pedro Gravena
Post 08 > Gabriela Agustini / Michael Conrad / Luiz Filipe Carvalho
Post 09 > Frederic Fontaine / Kaio Freitas / Daniela Klaiman
Post 10 > Simone Cota Silva / Paulo Tadeu Arantes / Franklin Costa
Post 11 > Dr. Bob Deutsch
Post 12 > Diogo Rodriguez / Mayra Fonseca / Mark Masters
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Em 2012 coordenei o projeto Geek.Etc.Br (geek.etc.br), na Livraria Cultura, que consiste em uma nova marca a partir de loja temática e espaços store in store dedicados ao público nerd/geek e assuntos como games, histórias em quadrinhos, colecionáveis, livros de fantasia e ficção científica e outros temas afins.
No final de 2011 eu coordenava a categoria de games da Cultura. Em um fórum mensal com nosso diretor comercial, Rodrigo de Castro, para avaliar e discutir resultados, ele citou o potencial de crescimento da categoria na empresa. Na época um dos nossos espaços de vendas no Conjunto Nacional (Avenida Paulista, São Paulo), onde está localizada a principal loja da empresa, ficaria vago após o término de um projeto que ali funcionava. O Rodrigo falou então em ocuparmos esse espaço com uma loja inteiramente dedicada a games, e eu prontamente respondi que poderíamos fazer muito mais, criando uma loja toda dedicada ao público geek. Ele finalizou: “Então, o projeto é seu”.
De agosto de 2011 até abril de 2012, quando inauguramos a primeira loja Geek.Etc.Br, me dediquei a todos os aspectos do projeto, e dali em diante passei não só a coordenar o projeto em termos institucionais como também a gerenciar a operação da loja, até dezembro de 2013, quando voltei a trabalhar com categorias de produtos, função que eu desempenhava desde 2008 na Cultura.
Pensando a partir desse conceito de ‘hackear sua própria realidade’, o mais marcante certamente foi o fato de criar uma oportunidade tão única na minha carreira. Quando coordenei a Geek eu já estava na empresa há mais de 10 anos, e muitos profissionais tem convicção que depois de tanto tempo em uma empresa não vai acontecer nada de novo na carreira. A Geek foi o projeto mais importante da minha vida profissional, e se eu pensasse dessa forma certamente não criaria as condições propícias para que uma ideia nova como essa viesse.
Em termos mais práticos, o que mais destaco é o contato com novas competências e realidades. Desde minha chegada na Cultura, em 2001, fui vendedor, assistente de compras, comprador e coordenador comercial. Desenvolvi experiência e competência em curadoria de acervo e abastecimento das lojas buscando a melhor oferta de produtos para os clientes da empresa, e certamente nunca me passava pela cabeça mexer com estrutura de custos fixos de uma loja, folha de pagamento, marcenaria, e tantos outros aspectos que envolviam habilidades que eu não tinha. Meu entusiasmo e comprometimento ajudaram a transpor as barreiras do desconhecido e foi uma realização imensa poder ver acontecer um projeto no qual cada detalhe passou pela minha validação. Já nos primeiros meses de operação da loja o faturamento diário do espaço era quase o mesmo que o projeto anterior que ali funcionava faturava em um mês inteiro. Além desse aspecto de sucesso em termos de rentabilização do espaço, conceitualmente também ficamos satisfeitos com o resultado.
A iniciativa foi muito bem recebida nos mercados relacionados ao segmento, sobretudo os de games e quadrinhos. Até hoje a loja é passagem obrigatória de executivos do mercado de videogames que vem de fora do país, e as editoras voltadas para o segmento de quadrinhos tem o espaço como referência para lançamentos e eventos. Entre as grandes livrarias do país fomos pioneiros em lançar um espaço inteiramente dedicado ao segmento, sob o guarda-chuva de uma nova marca.
Meu primeiro trabalho foi em 1996, como tradutor de inglês-português no Jornal Hora do Povo. Em seguida fui agente de reservas na Hertz, locadora de veículos, entre 1998 e 2001. Desde então, estou na Livraria Cultura.
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O trabalho que me vem em mente é o que realmente definiu a Chapter (chaptersf.com), já que foi o primeiro grande projeto no qual trabalhamos. Foi com uma empresa chamada Silent Circle, especializada em softwares de segurança, que lançou um telefone móvel, o Blackphone, em 2014. O produto era uma genialidade da engenharia – um telefone criptografado e seguro desde o design – mas o foco em segurança levou a grandes barreiras em relação ao trade off com uma ótima experiência do usuário. Trabalhamos, então, com o Blackphone para o lançamento do Blackphone 2, para criar um telefone que seria o primeiro a oferecer privacidade sem compromisso. Para fazer isso, trabalhamos com uma série de parceiros e com o cliente para revisitar cada ponto da jornada do usuário, da identidade, processo de solicitação ao industrial, design do software usado no telefone, serviços de atendimento ao consumidor, até a comunicação.
O impacto agregado dos ganhos marginais. Torne cada ponto de contato um pouco % melhor e alinhado com uma marca clara e uma visão de produto, e você terá criado uma enorme mudança na experiência completa.
Sou um estrategista que passou cerca de duas décadas no mundo da publicidade e foi sortudo o suficiente para trabalhar com pessoas brilhantes e alguns clientes incríveis em excelentes agências (TBWA, Lowe, Modernista! e Goodby, Silverstein and Partners). Em 2013, conheci dois sócios brilhantes - Neil Robinson e Brandon Kaplan – e decidimos que queríamos iniciar um novo tipo de empresa criativa, feita em torno do produto final que quisermos criar, em vez de ter um outcome feito por solicitação dos clientes. A partir disso, nasceu a Chapter. Somos um parceiro criativo de negócios que resolve problemas complicados para empresas pioneiras. E já tivemos a sorte de ter trabalhado com clientes como Facebook, Google, The Guardian, PayPal e Toca Boca.
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O NaSala (nasala.net) tem como objetivo ser um ponto de partida para livres interações que acontecem por meio de infinitas sincronicidades, as quais chamamos de fluxo. NaSala é um movimento que nasce do encontro de pessoas que, vislumbrando caminhos diferentes aos de permanecer dentro das grandes empresas, resolvem empreender a si mesmas encontrando umas nas outras, força e inspiração para seguirem adiante. Materializamos um espaço com a cara da sala de uma de nossas casas, num ambiente extremamente acolhedor, que nos proporciona interagir uns com os projetos dos outros (somos 6 catalisadores/amigos atualmente) e desenvolver juntos novas ações, desde eventos a projetos entre dois ou mais de nós, direcionados a diferentes pessoas ou empresas.
Co-criamos projetos voltados ao desenvolvimento e envolvimento humano, com base nos dons e talentos que estamos a fim de expressar, visando o despertar para a transformação. Nós 6 somos a soma de todos os nossos potenciais, sem limites, sem regras, com toda a liberdade que esta existência pode nos conceder. Temos alguns acordos para que possamos nos organizar de forma mais clara (mas que podem ser modificados a qualquer momento, havendo necessidade), uma planilha de contas aberta e um pote de lucro coletivo que retorna para o nosso próprio investimento e nossa própria evolução.
Dentre os temas que vibramos por lá ultimamente, estão: natureza, mentoria, educação, empreendedorismo, auto-conhecimento, espiritualidade, gamification, economia criativa, empresas livres, entre outros.
O mais difícil no meu processo foi aprender a olhar para dentro. Hackear a própria realidade passa pelo olhar profundo interno, buscando entender de onde viemos, onde estamos e para onde queremos ir. Não é uma tarefa fácil e não acontece da noite para o dia. É um processo muitas vezes doloroso e que implica na necessidade de quebrar verdadeiros paradigmas dentro de nós, nos libertar dos interesses de tudo e todos ao nosso redor, assumindo os nossos próprios e, por último, ter coragem de arregaçar as mangas e se jogar. Estamos acostumados a ouvir que temos que ter um case ou um benchmark a seguir. Mas, este mundo novo que a gente quer ver nascer, não tem descobridor de linha de frente. Somos nós que estamos trabalhando nos alicerces. E a verdadeira inspiração para esta construção está dentro de cada um.
Trabalhei 12 anos no mercado de comunicação em grandes agências, como Y&R, Lowe, TBWA, Taterka, Publicis e no SBT, me especializando em planejamento estratégico, pesquisa e comportamento humano. Porém, nunca me encaixei ao sistema que é regido por princípios opostos aos quais eu sempre acreditei. Há dois anos e meio tomei coragem de começar minha caminhada autônoma e atualmente me expresso por meio de minha carreira artística como DJ e produtora cultural, como cultural hacker e consultora estratégica em temas de meu interesse, como música, educação, maternidade, empreendedorismo, natureza, ancestralidade, sempre focada em traduzir o que é tendência, além de atuar como mentora e facilitadora em processos relacionados ao envolvimento humano. Faço parte também da consultoria em rede Dervish Cultural Insights e tenho um projeto voltado ao mercado da música eletrônica chamado TrendBeats.
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