[inspiração hacker] > post 12

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Unplanned

Continuando a série [inspiração hacker], parceria Unplanned e Hack Town (www.hacktown.com.br), teremos hoje a participação de Diogo Rodriguez, Mayra Fonseca e Mark Masters.

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Para conferir os posts anteriores, é só clicar nos links abaixo:

Post 01 > Manuela Colombo / Luciano Freitas / Fabrício Teixeira
Post 02 > Janaína Borges / Marc Shillum / Ernesto Abud
Post 03 > Dilson Laguna / Lourenço Bustani / Cindy Gallop
Post 04 > Silvia Curiati / Paula Dias / Facundo Guerra
Post 05 > Antonio Marcos Alberti / Julio Mossil / Daniela Brayner
Post 06 > Matthias Hollwich / Alex Bretas / Fabiana Soares
Post 07 > Scott Shigeoka / Hilaine Yaccoub / Pedro Gravena
Post 08 > Gabriela Agustini / Michael Conrad / Luiz Filipe Carvalho
Post 09 > Frederic Fontaine / Kaio Freitas / Daniela Klaiman
Post 10 > Simone Cota Silva / Paulo Tadeu Arantes / Franklin Costa
Post 11 > Dr. Bob Deutsch

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Vamos lá...

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1 - Diogo Rodriguez

PROJETO

Com certeza foi o Me Explica (meexplica.com). Ele nasceu despretensiosamente e mudou minha vida. Começou com um Tumblr e hoje virou uma militância pela valorização do jornalismo. Trabalhei e ainda hoje trabalho para veículos de mídia grandes, consagrados, mas que não superaram certas dificuldades culturais ao lidar com a internet. O Me Explica permite um nível de experimentação que seria impossível em qualquer outro lugar: testo formatos, plataformas, mídias. E, apesar de nem tudo dar resultados, aprendo muito. Posso não ter conseguido (ainda) transformar o site em um negócio, mas hoje sou conhecido pelo meu trabalho no Me Explica. Então, os benefícios são indiretos.

APRENDIZADO

Eu gosto da ideia de hackear porque ela deve muito, na minha opinião, aos grandes pensadores clássicos do Ocidente. Os intelectuais do passado eram interdisciplinares; não se restringiam a uma só área do conhecimento. Estudavam biologia, filosofia, física, química... A filosofia hacker tem a ver com isso. Hackear nada mais é que aprender a lógica de certos sistemas para depois criar em cima deles. Acho que os jornalistas têm muito medo de perder o mundo que eles conhecem. Vejo poucos colegas se arriscando a testar, a colocar em prática o que sabem e pensar em coisas novas. Temos que fazer isso, porque as grandes empresas jornalísticas não farão. Não custa nada montar um pequeno experimento. Mesmo que fracasse, algum aprendizado você terá. Por isso, sempre recomendo a jovens jornalistas que criem algum projeto paralelo. Qualquer coisa. Porque assim, aprendemos a pensar sozinhos, a conceber uma ideia, testa-la, muda-la e assim vai. Eu mesmo tenho vários outros projetos, estudos e interesses. Nem todos me dão visibilidade, mas todos me ensinam muito.

QUEM É?

Jornalista, cientista social e apaixonado por explicar. Escrevi para grandes jornais e revistas e já fui colunista de TV.

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Mayra Fonseca

 

PROJETO

A residência cultural e artística Os Brasis em São Paulo, realizada pelo projeto que criei, o Brasis (brasis.vc). Abrimos um edital para convidar 9 criadores a pesquisar e contar, por meio de uma exposição, a história e legado de 4 mestras e mestres de cultura brasileira que moram em São Paulo. O projeto começou em maio, com reuniões mensais e culmina na exposição que abre no dia 22 de novembro no espaço do Red Bull Station em São Paulo.

 

APRENDIZADO

São muitos os aprendizados que estamos vivendo no trajeto desse trabalho. Consolidamos ainda mais aqueles que são os eixos de Brasis: sobre a importância de ver valor criativo e transformador naquilo que é familiar, cotidiano, ancestral e cultural; a urgência de colocar diversidade em prática em projetos e propostas; a necessidade de autoconhecimento e reconhecimento das diversas culturas brasileiras. Projetos como esse mostram o potencial de buscar repertório criativo em nós mesmos e na nossa história de vida. E reafirmamos o que é uma crença forte: nada é mais contemporâneo que a tradição.

QUEM É?

Sou especialista em diversidade cultural e metodologias etnográficas. Pesquisadora comportamental e cultural há mais de 13 anos. Comunicóloga pela PUC Minas e mestre em Etnografia pela Universidad de Barcelona. Trabalho com projetos autorais - como o www.brasis.vc - e também como consultora para organizações e empresas.

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3 - Mark Masters

 

PROJETO

Foi o podcast Marketing Homebrew (https://itunes.apple.com/gb/podcast/marketing-homebrew-podcast/id967761592?mt=2&ign-mpt=uo=4). Começou em janeiro de 2015, com 0 ouvintes, um investimento em um microfone decente e o compromisso de fazer isso semanalmente, em parceria com outro profissional de marketing em UK, Ian Rhodes. O compromisso foi de novos shows toda sexta de manhã, no iTunes e Stitcher. Aqui no Reino Unido, o espaço para podcasts é um vasto campo aberto. Sei que estamos competindo com uma enorme quantidade de podcasts de marketing dos EUA, mas nosso foco é em dar um jeito britânico. Por exemplo, os ouvintes aqui nunca vão nos ouvir falar de coisas como a Zappos, verbas de produção estilo Red Bull que a maioria de nós nunca terá. Estamos apenas sendo realista sobre a forma como nosso mundo é, aproveitando essa oportunidade e assumindo um ponto de vista dentro do nosso mercado. O programa atualmente é ouvido em 62 países e o Brasil é o sexto em audiência. Portanto, obrigado! 

 

APRENDIZADO

Precisamos entender que quando iniciamos algo completamente novo, no meu caso foi transmissão em áudio, temos que aceitar que seremos lixo. Você deve transformar conforto em desconforto. Não ser muito bom em algo te ajuda a estabelecer um benchmark em relação a onde você quer chegar. Para se tornar melhor, você deve ter compromisso e persistência. Se você me pedir para correr uma maratona na semana que vem, eu não vou aguentar chegar nem em 5 km. No entanto, se eu começo a me planejar e a persistir em melhorar, ao longo do tempo posso mover montanhas. Existe muita pressão nas pessoas e nos negócios de que precisam ser perfeitos no conteúdo que geram. Eu digo que é melhor entreter, informar e desafiar, ao invés de pensar que você deve criar o trabalho mais impressionante possível. O objetivo para todos nós não é necessariamente ser o equivalente à BBC quando o assunto é um podcast ou escrever seu próprio blog. A força está em ser melhor no business de utilizar conteúdo pata estabelecer uma conexão profunda com as pessoas.

QUEM É?

Tenho background em agência e muitas vezes desejo poder voltar ao tempo em que criar uma campanha demandava passar semanas trabalhando em uma peça criativa de página inteira para um cliente. Em seguida, iniciei meu negócio, o ID Group, em 2008, e hoje foco no negócio de ser uma agência de marketing de conteúdo. O mundo das logos e dos livretos de 48 páginas deu lugar a ajudar os outros a construir uma audiência e assumir uma posição para algo diferente usando as ferramentas que todos nós temos disponíveis no momento. 

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