[inspiração hacker] > post 06

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Unplanned

No post de hoje, sexto da série [inspiração hacker], teremos a participação de Matthias Hollwich, Alex Bretas e Fabiana Soares. A ideia é inspirar quem deseja hackear realidades a partir de exemplos reais. A série é uma parceria do Unplanned com um dos eventos mais inovadores do país, o Hack Town (www.hacktown.com.br).

Para conferir os posts anteriores, é só clicar nos links abaixo:

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Post 01 > Manuela Colombo / Luciano Freitas / Fabrício Teixeira
Post 02 > Janaína Borges / Marc Shillum / Ernesto Abud
Post 03 > Dilson Laguna / Lourenço Bustani / Cindy Gallop
Post 04 > Silvia Curiati / Paula Dias / Facundo Guerra
Post 05 > Antonio Marcos Alberti / Julio Mossil / Daniela Brayner

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1 - Matthias Hollwich

PROJETO

Nosso Centro de Inovação para a University of Pennsylvania está sendo inaugurado neste mês (www.designboom.com/architecture/hwkn-hollwich-kushner-pennovation-center-university-of-pennsylvania-02-27-2015/). Mesmo existindo muitos centros de inovação construídos no mundo, este é diferente. Nós fizemos o design como um projeto revolucionário que empodera as pessoas a ter ideias de produtos, a engajar com seus colegas, a atrair investidores e a mudar o mundo. O interior é intencionalmente cru e informal, superando a noção ultrapassada de laboratório high-tech e introduzindo um espaço que possa ser usado e abusado por inventores. O centro do edifício é o coração social, com escadaria em formato de arquibancadas que conectam os pisos, e também as pessoas, que passam a constantemente a cruzar informalmente umas com as outras. O design exterior incorpora a inovação sem ego à personalidade do edifício. Ele orgulhosamente abrange sua herança industrial com os tijolos à vista e o grid de concreto reforçado, mas também traz o espírito pioneiro da inovação através da extensão dinâmica da fachada norte. Recheada com as funções de desenvolvimento de negócios-chave, incluindo arquibancadas para pitch e salas para reuniões com investidores, a icónica fachada norte destaca o constante fluxo de atividades, criando uma forte identidade ao colocar as pessoas em primeiro plano.

 

APRENDIZADO

Fazer o design de um edifício é como iniciar uma nova empresa. Explore uma nova ideia, escreva um resumo executivo, construa seu grupo de conselheiros, quebra as regras, e foque em algo que tenha impacto significativo nas pessoas. Nenhuma empresa de sucesso repete o que foi feito anteriormente, assim como um novo edifício não deve repetir o que outra construção fez antes.

QUEM É?

Nascido e criado na Alemanha, saí para um tour global de experiências, morando em Munique, Rotteram, Hong Kong, Zurique, Amsterdam e Nova York, enquanto pude trabalhar por alguns dos mais incríveis arquitetos e instituições do mundo, incluindo o OMA, com Rem Koolhaas, Dinner + Scofidio, the Bauhaus Foundation Dessau, ETH Zurich e University of Pennsylvania. Enquanto criava a Hollwich Kushner, também co-fundei e iniciei o New Aging, um movimento em busca de melhor qualidade de vida ao longo da vida.

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Alex Bretas

 

PROJETO

Recentemente, fizemos o Desaprender (desaprender.squarespace.com) aqui em São Paulo. Foi uma experiência incrível: juntamos um grupo de pessoas entre 19 e 50 anos para criarmos uma comunidade de aprendizagem livre e colaborativa. Tenho muito orgulho de dizer que conseguimos acolher todo mundo que quis participar, o que significa que não deixamos ninguém pra trás em função de grana. Para fazermos isso, foi muito importante termos nos ancorado na Fluxonomia 4D da Lala Deheinzelin.

 

APRENDIZADO

Aprendi na prática que dinheiro não é o mais importante. E isso não é porque sou altruísta: é porque dinheiro é meio, e não fim. Usamos o dinheiro para fazer coisas, mas o mais importante é fazermos as coisas. Há outros tipos de recursos (objetos, contatos, saberes, ideias criativas) que, ao nos juntarmos em comunidade, somos capazes de acessar. Começar um novo projeto é mais fácil do que a gente imagina, mas nossa cabeça acaba pregando peças na gente. Ficamos bloqueados porque achamos que só se tivermos uma grana inicial, visibilidade ou muitas pessoas dispostas a participar é que a coisa dará certo. Não é verdade. É como diz a Margaret Mead: "nunca duvide que um pequeno grupo de pessoas conscientes e engajadas pode mudar o mundo. Na verdade, sempre foi assim que o mundo mudou".

 

QUEM É?

Me formei em administração pública e fui servidor de carreira no governo de Minas Gerais antes de me mudar para São Paulo e tentar novos rumos. Trabalhei com consultoria e me apaixonei pela facilitação de processos, coisa que faço até hoje. E aí me descobri na educação, especialmente na aprendizagem autodirigida, um campo fascinante que me faz acreditar cada vez mais no poder ilimitado que temos de empreender nossos próprios caminhos educacionais. Escrevi alguns livros sobre o assunto (disponíveis para download gratuito aqui: www.alexbretas.com.br/educacao-fora-da-caixa) e, hoje, sou sócio do UnCollege Brasil.

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3 - Fabiana Soares

 

PROJETO

A Mooca (www.mooca.co), onde empreendo hoje. A Mooca é a 1º loja colaborativa de produtores criativos locais com aceleração de negócios. Já passaram pela iniciativa mais de 100 marcas locais que foram empoderadas e cresceram durante este processo. Junto deste desenvolvimento que oferecemos, também temos uma loja colaborativa onde colocamos a venda os produtos destes produtores, validando negócios junto do mercado. Até hoje, posso afirmar com certeza, de que é a experiência mais transformadora da minha vida. Nos pouco mais de 1 ano de existência da Mooca, eu aprendi tudo sobre gestão financeira, gestão de pessoas, gestão de estoque, loja e de como um construir um negócio humano, sustentável e nos moldes das novas economias (colaborativa, criativa e compartilhada). Com certeza a Mooca é a escola mais poderosa pela qual eu já passei. Álias, FAZER é a escolar mais poderosa. Vai lá e faz e você vai aprender muito mais do que apenas ficar planejando e tendo ideias.

 

APRENDIZADO

Primeiro, descubra se empreender é mesmo para você. Se for, INSISTA. Seja resiliente e persistente. Empreender é insistir diariamente em algo que você acredita, por mais que você acredite naquilo sozinho. Eu indico a leitura do Livro Negro do Empreendedor de Fernando Trias antes de empreender. Ele dá muitos insights e faz perguntas relevantes para você descobrir se você tem perfil. A partir daí é insistência e muito trabalho. Afinal, sucesso só vem antes de trabalho no dicionário.

QUEM É?

Eu me formei em Comunicação Social e trabalhei por muitos anos como redatora em grandes agências de Belo Horizonte, como Lápis Raro e Filadélfia. Sempre fui muito inquieta e multitarefa, mas nunca tinha me passado pela cabeça a possibilidade de empreender. Eles não ensinam nada disso na escola ou faculdade e eu passei grande parte dos meus estudos acreditando que empreender era ter um CNPJ. Foi quando chutei o balde da publicidade de vez e fui ser freelancer de produção de conteúdo que descobri realmente o que era ser empreendedor. Empreender é REALIZAR. É ter uma ideia, planejar e FAZER. E eu estava fazendo enquanto freelance: eu pensava estratégia para gerar mais renda, captar clientes e tirei muitas ideias do papel. Todas! A publicidade diz muito não para as ideias que você acredita, então decidi dizer sim para todas elas de uma vez. Aconteceu de uma delas ter sido a Mooca e ter dado certo.

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