[inspiração hacker] > post 04

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Unplanned

Este é o post 4 da série [inspiração hacker], parceria do Unplanned com o Hack Town (www.hacktown.com.br). Hoje, quem vai compartilhar um projeto hacker que liderou ou teve papel crucial e seus aprendizados é: Silvia Curiati, Paula Dias e Facundo Guerra.

Para conferir os posts anteriores, é só clicar nos links abaixo:

Post 01 > Manuela Colombo, do Luciano Freitas, do Fabrício Teixeira
Post 02 > Janaína Borges, o Marc Shillum e o Ernesto Abud
Post 03 > Dilson Laguna / Lourenço Bustani / Cindy Gallop

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1 - Silvia Curiati

PROJETO

Quando saí da última agência onde trabalhei, hackeei minha própria carreira. Foi algo difícil, que me foi imposto pelas circunstâncias, mas necessário para me realizar profissionalmente. Quando a gente demora pra se mexer, o universo dá uma ajuda, e cria "a hora certa". Decidi me reinventar, e para isso saí buscando conhecer gente diferente, me conectar com o que estava acontecendo no mundo, testar novas formas de ganhar dinheiro e sempre procurando o que me fizesse feliz. Foi um processo de 14 meses, essencial para formar quem eu sou hoje - alguém mais feliz e completa, certamente.

 

APRENDIZADO

A gente tem muito medo, se acomoda demais no conforto que nossas carreiras proporcionam. Desafiar isso é a chave. Vai te fazer crescer, acredite, e se aproximar dos seus sonhos.

QUEM É?

Publicitária, especializada em planejamento estratégico depois de 20 anos em agências, passando por marketing direto, propaganda e digital. Hoje no Google, empresa em que sempre sonhou trabalhar. Tem certeza de que a mudança pela qual passou naqueles 14 meses foi responsável por isso.

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Paula Dias

 

PROJETO

Foi o Grandpa Joel´s Coffee (www.grandpajoelscoffee.com), café especial que nos levou a criar recentemente a primeira Coffee Bike da marca. Além do café vendido em vários países, hoje participamos de eventos em todo o Brasil com a bike, que está prestes a virar franquia. Temos também um trabalho social junto a pequenos produtores familiares. Desenvolvi a marca, desenhei o modelo de negocio, busquei parcerias, e junto com meu marido, Pedro Dias, fizemos pesquisa no mercado nacional e internacional, vários cursos, e colocamos em pratica todo o aprendizado.

 

APRENDIZADO

Se você tem uma ideia e acredita nela, trabalhe nisso pessoalmente, participando de todas as etapas e detalhes até que o modelo esteja pronto e funcionando. Disciplina é fundamental, assim como estar aberto a criticas sem levar para o lado pessoal e não se influenciar  pelo negativismo dos outros. Lute pelo que acredita e acha certo. E quando achar que tudo esta difícil demais, descanse, durma. Nada como um novo dia de novas oportunidades.

 

QUEM É?

Eu cursava Direito, trabalhava com moda e participava de feiras nacionais e internacionais. Em uma oportunidade, fui morar em San Jose, CA, bem no centro do Vale do Silício.  La conheci um empresário na academia de escalada e, na amizade, acabei fazendo uma pesquisa de mercado no Brasil para o negocio dele. Fui trabalhar com ele, recebi treinamento em todos os setores da empresa: do deposito, telemarketing, compra, venda  até a exportação e importação. Me mudei para São Paulo e abri uma empresa para o grupo. Depois de alguns anos. mudei para Santa Rita do Sapucaí. o Vale do Silício brasileiro. Aqui encontrei a energia necessária para começar meu próprio negocio.

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3 - Facundo Guerra

 

PROJETO

O projeto mais hacker que já participei foi o Mirante 9 de Julho (mirante.art.br). Quando a gente chegou aqui, o Mirante já estava abandonado há pelo menos 70 anos. Ela já tinha sido cartão postal da cidade na década de 40. Quando a gente voltou lá, era um ponto de tráfico. Fizemos intervenções arquitetônicas muito simples e recuperamos ele com conteúdo. Ele virou um centro cultural com cinema, gastronomia, música, artes plásticas. Hoje em dia recebe em média entre 25 mil e 35 mil pessoas por mês e voltou a ser um cartão postal da cidade de São Paulo.

 

APRENDIZADO

Eu acho que a lógica do espírito do tempo é austeridade e a lógica hacker. Eu brinco que gosto de hackear lugares. Quando encontro um lugar que teve alguma dimensão de importância para o paulistano, eu hackeio ele com conteúdo. Tento preservar ao máximo a estrutura arquitetônica original, mas não tentando recuperá-lo nostalgicamente como se ele fosse um elemento do passado trazido ao presente. E eu tento usar conteúdo para dar algum tipo de uso a ele novamente. Assim foi com o Cine Joia, que era uma sala de cinema e hoje é uma casa de show. Assim está sendo com o Drive-In, que era uma sala de cinema um pouco obsoleta e virou uma experiência gastronômica que envolve cinema, cultura pop, gastronomia e drinks. Assim é também com o Riviera, e sucessivamente. O Lions também tinha essa lógica hacker de recuperar o espaço e colocar conteúdo dentro dele.

Quando a gente fala de cultura hacker, nada mais é do que a gambiarra. É o jeitinho brasileiro, que por tanto tempo foi utilizado de maneira jocosa contra nós mesmos. É nossa maneira de criar grandes coisas de maneira quase sintética. Isso é que está por trás dos projetos que eu faço. Eu não gasto muito dinheiro. Pelo contrário, normalmente gasto muito pouco dinheiro nos projetos. E eles são bem-sucedidos por que as pessoas entendem que eles estão ligados no espírito do tempo.

QUEM É?

Sou engenheiro de alimentos de formação, fiz jornalismo internacional e política no COGEAE da PUC, fiz mestrado e doutorado em ciências políticas. Fui funcionário corporativo toda minha vida. Trabalhei em grandes multinacionais como American Online, American Express, Tetra Pack. Aos 30 anos eu fui demitido da American Express. Peguei meu dinheiro de FGTS e investi numa marca de roupas femininas chamada Eudora, que não foi pra frente. Depois de dois anos, peguei o restinho do meu dinheiro e usei para abrir o Vegas, na Augusta, com meu primeiro sócio, o José Tibiriçá.

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