[inspiração hacker] > post 03

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Unplanned

Na semana passada, começamos aqui no Unplanned uma série chamada [inspiração hacker]. A dinâmica é bem simples: a cada post, teremos o depoimento de 3 profissionais inovadores de áreas diferentes que, através de projetos que estão liderando ou participando, estão hackeando alguma realidade. A série é resultado de uma parceria com um dos eventos de criatividade e inovação mais legais do mundo, o Hack Town (www.hacktown.com.br).

Caso ainda não viu os posts anteriores, vale conferir nos links abaixo:

Post 01 > Manuela Colombo, do Luciano Freitas, do Fabrício Teixeira
Post 02 > Janaína Borges, o Marc Shillum e o Ernesto Abud

Neste terceiro post, teremos a participação do Dilson Laguna, Lourenço Bustani e Cindy Gallop..

Vamos lá...

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1 - Dilson Laguna

PROJETO

Com certeza a maior iniciativa que já fiz parte é o Sofar Sounds (www.sofarsounds.com), que é hoje considerada a maior comunidade de música independente do mundo, organizando 500 shows por mês em mais de 270 cidades em todo o planeta. Sou um dos responsáveis por trazer o projeto pro Brasil junto com Fernando Remiggi e coordeno a produção de São Paulo, além de ser o responsável por parcerias no Brasil.

 

APRENDIZADO

O aprendizado é que conteúdos relevantes, desenvolvidos com excelência, critério e paixão, sempre prosperarão. O Sofar inova levando música para novos ambientes e espaços que normalmente não tem música ao vivo, criando assim um circuito alternativo de shows e uma plataforma global para novos trabalhos e artistas. A vontade do público em consumir algo inovador como a proposta do Sofar é enorme, porém há uma a carência de iniciativas que proponham a novidade e a mudança de comportamento.

QUEM É?

Sou músico por formação, me graduei bacharel em performance (guitarra) pela London College of Music, cidade onde morei por 7 anos e onde tive a chance de trabalhar ao lado de artistas como Michael Bublé, Jason Derulo, Beyoncé, entre outros. No Brasil, já acompanhei artistas como Maria Rita, Marcelo D2, Max de Castro e atualmente faço parte da banda Fuzzy Sound System e Wilson Simoninha. No retorno ao Brasil abri, junto com minha irmã Juliana Laguna, a Flow Creative Core, uma agência de conteúdo especializada em arte, cultura e lifestyle, onde já desenvolvemos projetos com diversas marcas que se identificam com nosso conceito, como Spotify, Uber, Heineken, Red Bull, Adidas entre várias outras.

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Lourenço Bustani

 

PROJETO

Hoje participo da Mandalah (www.mandalah.com) e da HED (www.hedbr.com), apoiando uma equipe f-o-d-a. A Mandalah é uma consultoria na área de inovação e a HED seu braço de experience design, criadora das festas matinais WAKE. O tempo vai dizer se foram "groundbreaking" ou não. Não posso me preocupar com isso. O foco está em dar meu melhor e seguir a intuição. 

 

APRENDIZADO

1) Conheça-se.

2) Quando você achar que se conheceu, volte pro A e repita o ciclo até conseguir mostrar quem é você para você.

3) Firme tuas intenções. Porque mesmo você faz o que faz?

4) Aceite o que vier -- e agradeça muito quando cair a casa. Há aprendizado nisso.

5) Faça pelo outro. A equação da vida só fecha por meio do serviço desinteressado.

6) Fale menos, faça mais. The doing is the telling.

7) Não se autodenomine de "hacker". Ego no seu devido lugar.

8) A conta sempre chega. Atenção às falas, pensamentos e ações.

9) Não se veja vítima de um país metastásico. Crisis is a state of mind.

10) Permita-se um pouco de silêncio na vida. Nele (apenas) tudo se revela.

  

QUEM É?

Vida meio camaleônica. Comecei a estagiar enquanto na faculdade nos EUA (U Penn), numa startup de TI, depois no banco ABN-AMRO na Holanda, e em seguida na consultoria A.T. Kearney em NY. Ao me formar, trabalhei como "paralegal" (assistente jurídico) em um escritório de advocacia em NY até começar na FutureBrand, na área de brand valuation, também em Manhattan. Logo em seguida, pedi transferência para sua filial no Brasil. Após um ano (agora em 2005), me entusiasmei e decidi empreender, ajudando a montar a Voltage, agência de pesquisa de tendências, e logo em seguida, sentindo que havia um outro caminho a percorrer, junto com o Igor Botelho, abrimos espaço para nascer a Mandalah. Fast forward 10 anos e hoje coloco energia (além da Mandalah) na HED, na WAKE e na Diálogos, uma prática de mentoria com jovens alunos e profissionais. )

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3 - Cindy Gallop

 

PROJETO

É o MakeLoveNotPorn (makelovenotporn.com). Eu namoro homens mais novos e descobri em experiências pessoais que quando a liberdade total de acesso ao pornô hardcore que temos hoje se encontra com a relutância total que nossa sociedade tem de falar aberta e honestamente sobre sexo, o pornô se torna a educação sexual padrão, e não de uma boa maneira. Então iniciei o MakeLoveNotPorn – a favor do sexo, a favor da pornografia, a favor de se conhecer a diferença entre os dois. O problema não é o pornô, mas o fato de não falarmos sobre sexo no mundo real. Lancei o projeto no TED 2009 como um site que tratava do Mundo Pornográfico vs. Mundo Real, explodindo os mitos (blog.ted.com/cindy_gallop_ma).

A extraordinária resposta global me levou a começar o MakeLoveNotPorn.tv – uma plataforma em crowdsource, user-generated, de compartilhamento de vídeos que mostra #realworldsex com toda sua humanidade engraçada, bagunçada, maravilhosa e ridícula. Estamos tornando mais fácil falar sobre sexo ao construir uma nova categoria online – o sexo social – para normalizar o sexo e promover valores sexuais dignos. Nossa comunidade nos diz que assistir vídeos de sexo social vem os ajudando a reenergizar suas relações e a reacender seus casamentos. As pessoas que contribuem, que chamamos de MakeLoveNotPornstars, nos dizem que compartilhar socialmente seu #realworldsex é igualmente transformador para eles. MakeLoveNotPornstars solteiros acham que isso melhora sua autoestima sexual e os casados nos dizem que isso transforma suas relações. Além disso, como um bônus, a receita do nosso modelo de negócio significa que quanto mais membros alugam e desfrutam dos nossos vídeos de sexo social, mais dinheiro você ganha.

APRENDIZADO

Nesses quatro anos desde que lançamos o MakeLoveNotPorn.tv, o projeto tem sido agraciado por onde passa, mas lutamos uma enorme batalha diária para construí-lo. Em toda área de infraestrutura de negócio, deparamos com três palavras: ‘conteúdo adulto proibido. Ainda assim, em um mundo onde a idade média em que uma criança acessa pornografia online pela primeira vez é oito, os desafios são grandes. Até agora, construímos uma comunidade de 400.000 participantes em todo o mundo, mais de 100 MakeLoveNotPornstars, mais de 1.000 vídeos enviados – tudo com 2 funcionários full time, a community manager / curadora Sarah Beall e eu. Tudo isso sem dinheiro para marketing, apenas com crescimento orgânico.

Estamos trabalhando para levantar recursos e escalar o negocio, mas encontrar investidores de mente aberta não é tarefa fácil. Por isso, estou fazendo por conta própria algo que sempre digo a outros empreendedores que façam. Quando você tem uma startup que pode realmente mudar o mundo, você precisa primeiro mudar o mundo para que seu projeto se encaixe, e não o contrário. Comecei como precursora, definindo e falando sobre o nosso setor: sextech. Se você procurar no google ‘what is sextech’, você terá como resultado o meu primeiro post: www.hottopics.ht/stories/consumer/what-is-sextech-and-why-is-everyone-ignoring-it. Também faço palestras em conferências mundo afora sobre o fato de que a ‘Next Big Thing’ em tecnologia é a disrupção no sexo: https://www.youtube.com/watch?v=QP7o4jcwuaM. Tudo isso, para criar a receptividade e as condições para que meu próprio negócio tenha sucesso.

Assim como Steve Jobs, eu estou no business de distorcer a realidade. Se a realidade não me permite crescer minha startup na casa dos negócios de bilhões de dólares, mas eu acredito ser possível, eu vou mudar a realidade. Com isso, o termo e a hashtag #sextech vem sendo muito mais amplamente usados, e tenho visto mais e mais receptividade ao conceito de sextech em cada pitch que faço ao redor do mundo. Além disso, já que achar investidores para o MakeLoveNotPorn tem sido algo tão difícil, decidi não apenas por definir o meu segmento, como também resolvi financiá-lo. Estou trabalhando para levantar 2 milhões de dólares para o MakeLoveNotPorn e, ao mesmo tempo, venho tentando levantar 10 milhões de dólares para financiar uma incubadora / aceleradora para startups de inovação radical em sextech criadas por mulheres (os empreendimentos mais inovadores em sextech vem sendo feito por mulheres, já que estamos finalmente exercendo nossa sexualidade e encontrando maneiras criativas de ampliá-la). Agora, se a maioria do mundo da tecnologia e dos negócios se recusar a aceitar o sextech, então vou iniciar o primeiro fundo do mundo em sextech para uma minoria de investidores que, como eu, são visionários. Aqueles que conseguem ver que todas as outras grandes apostas feitas na história da tecnologia são menores do que o sextech. E que também entendam que existem enormes quantias de dinheiro a ser ganho conversando seriamente com as mulheres, principalmente nesta área.

QUEM É?

Meu background vem de 30 anos trabalhando com construção de marcas, marketing e publicidade. Para mais detalhes, está tudo no meu perfil em adage.com/article/news/cindi-gallop/305457

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