Design researcher e social innovator.
Foi muito rápido. Em menos de 40 dias após nossa primeira conversa já estávamos entrando no Aeroporto Internacional de São Francisco. O plano era simples: passar 3 meses aqui em busca de inspiração e dar um upgrade no inglês.
Agora, completado o primeiro mês na cidade, decide fazer o que várias pessoas tem me pedido: compartilhar alguns dos meus aprendizados. Assim nasceu o #ExploringSFO, uma série de post (talvez vídeos? Podcast? Sem muitas certezas) sobre o que tem mais me chamado atenção por aqui.
Começamos pelo obvio: São Francisco é a cidade das startups. Não é só no Vale do Silício, existem muitas iniciativas acontecendo neste exato momento pelas ladeiras de SFO. Algumas pessoas por aqui já estão enchendo o saco dessa “startup life”, em que todas as ideias ou novos negócios se autodenominam de startup. Soa um pouco presunçoso.
Existe também um lado positivo nessa história: as ideias crescem aqui de uma forma muito rápida e intensa. Criar um novo negócio simplesmente é uma possibilidade a qualquer momento. No Brasil, não estamos nesse estágio — acho que ainda existe muito medo, burocracia e imposto envolvido.
Estou participando de muitos meetups e a cada novo encontro fica claro como as ideias evoluem por aqui. Por exemplo, uma das marcas mais amadas da cidade, o Philz Coffee, nasceu quase por acaso. Tudo começou com um mercadinho de esquina no Mission. Porém, a paixão do dono por café o inspirou a pesquisar pelo assunto, fazer novas combinações de grão e até mesmo sua própria máquina. Ele começou a servir aos clientes e quando percebeu a fila para o café era muito maior do que as vendas do mercado. Hoje, eles possuem 30 lojas e estão prontos para expandir para outros estados.
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Essa história, contada pelo Diretor de Marketing do Philz Coffee, Young Hang, no meetup “Building Brands People Love” no auditório da escola General Assembly, é só um exemplo de como as ideias podem crescer aqui.
Outro serviço interessante que conheci foi o da The Passion Company, que ajuda as pessoas a encontrarem sua paixão, as inspira a desenvolver um projeto e dá mentoria para que em 30 dias esteja em andamento (assista ao vídeo abaixo). Então, é claro que as ideias não se desenvolvem como um passe de mágica, mas são construídas num ambiente propício e com os recursos necessários para agir rápido. E acho que San Francisco oferece isso muito.
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De um lado, então, há muitas oportunidades na cidade, por outro, gera muita ansiedade — especialmente na Geração Y. Aliás, tenho visto esse mesmo tipo de serviço no Brasil crescer, pelo desejo de combinar trabalho e propósito.
Como uma nova moradora na cidade, vejo que cada meetup é uma grande oportunidade de aprendizado e networking. Para vocês terem uma ideia já fui em uns 15 encontros até agora. Ao mesmo tempo, chega a ser super cansativo. O quanto alguém aguenta esse ritmo de palestras, ouvir tantas histórias, sem agir? Se há tanto dinheiro, oportunidade e recursos, será que o único destino possível é criar sua própria startup? E se não rolar, o quão frustrante isso se torna?
Nessa minha busca — rápida — de compreender a cultura local, deu para perceber o quanto a cidade está mudando e sendo afetada pelo estilo de vida Startupeiro — o custo de vida aqui é inacreditavelmente alto (São Paulo nem se compara) e está criando um problema de habitação. Não há CraigsList que aguente tamanha demanda e aumento dos preços de aluguel por aqui. Inclusive achei interessante ler no Passion Stories, alguns exemplos de como os novos empreendedores estão se virando para buscar investimento para suas ideias e ainda morar aqui.
Talvez seja esse alto custo de vida que tem tornado os serviços colaborativos muito fortes por aqui. Bom, mas essa história fica para um novo post. Até lá =)
#ExploringSFO
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Autorizado pelo autor. Original em: https://medium.com/@carlalink/exploringsfo-o-come%C3%A7o-f0d39157ebf2#.wx5yy7hqu