Entrevista com Ralph Peticov sobre o Hack Town, um de seus novos projetos.

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Unplanned

O primeiro Hack Town aconteceu no dia 20 de fevereiro de 2016 na cidade de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas Gerais - cerca de 200 km da cidade de São Paulo. Vale conferir aftermovie do evento neste link. Foram mais de 70 atividades simultâneas em bares e outros locais centrais da cidade, entre palestras, workshops e shows. Com o tema “Ideias diferentes, conexões de impacto”, o evento, de formato inovador, contou com nomes como Gustavo Giglio, criador do Update or Die, Marcos Machado, fundador do DesignThinkers Group no Brasil, Victor Padovan, apresentador do Canal Disney XD, Rafael Vettori, de O Panda Criativo, Maurício Ramos, da Confederação Brasileira de Rugby, Rafaela Rios Feitos, do Coletivo O Mundo na Rua, Daniel Bacchieri, do Street Music Map, Rômulo Justa, da Mandalah, Nathália Tavares, do Tropos Lab, entre outros.

Em entrevista exclusiva, um dos organizadores do Hack Town, Ralph Peticov (Trend Hacker e ex-sócio da Mandalah) fala da proposta do evento e da próxima edição, que acontece no final de semana de 02, 03 e 04 de setembro de 2016.

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O Hack Town teve sua primeira edição em fevereiro de 2016. Por que outra edição este ano?

O que fizemos em fevereiro foi um piloto. Muito bem-sucedido, aliás. Agora é pra valer. Teremos um evento mais completo, com parceiros de peso, em uma época de clima mais ameno, sem riscos de chuva. Além disso, é uma oportunidade de gerar aprendizado e conexões que sirva, de combustível para os debates que vão ditar o ano seguinte.

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O Hack Town é mais uma tentativa de um SxSW brasileiro?

A inspiração para o Hack Town nasceu lá em Austin. A proposta tem algumas similaridades, como o fato de ser em uma cidade que permite uma imersão profunda, em que o tempo pode ser aproveitado de formas diferentes. E o formato de várias coisas acontecendo ao mesmo tempo. Mas fora isso, existe uma enorme diferença.

O Hack Town tem 2 papeis básicos. Primeiro, é um espaço para se conhecer novos temas. Independente da sua profissão ou área de atuação, você vai e alimenta o seu lado generalista. Nesta próxima edição, teremos inclusive palestras experienciais, em que será realmente possível vivenciar realidades diferentes. É um evento que abre novas portas, que podem ser posteriormente exploradas. Além disso, é um elo entre o fora do eixo e a realidade de São Paulo. Um exemplo disso é que em um dos painéis do Festival Path, evento focado em reunir a comunidade criativa do país em torno das últimas tendências, haverá um painel com um pessoal de BH que foi fruto de uma conexão gerada no Hack Town.

A localização de Santa Rita do Sapucaí, bem próxima de São Paulo e de outros centros, ajuda muito. A dinâmica de cidade pequena também proporciona conexões com muito mais facilidade.

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Por que Santa Rita do Sapucaí, uma cidade pequena e totalmente fora do eixo?

Sou um apaixonado por SRS!!! Santa Rita é hoje uma das cidades mais incríveis do mundo. Este é o motivo pelo qual resolvi me envolver tanto com ela nos últimos anos. Conheci a cidade em Austin, durante o SxSW de 2014, por algumas pessoas de lá. E desde então, tenho estado o mais presente possível, envolvido em vários projetos.

O mais interessante é que não é pelo fato de ser considerado o Vale do Silício brasileiro. Não gosto desse rotulo. São desafios e realidades bem diferentes.

Santa Rita, no entanto, consegue unir o melhor de vários mundos. Tem um polo tecnológico consistente e inovador. Sedia uma das principais escolas de tecnologia do mundo. Vem se desenvolvendo como um grande polo criativo, cheio de projetos e cases irados. Além disso tem toda a hospitalidade do mineiro, o pessoal é muito dedicado e interessado, sedento por novas ideias. Tem uma infraestrutura excelente para grandes eventos, que são comuns na cidade. É pequena o suficiente para uma imersão de verdade, para o pessoal sair da rotina, além de ser uma cidade linda, tanto na natureza quanto na arquitetura.

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O que podemos esperar do próximo Hack Town? Já dá para adiantar alguma coisa?

As vendas de ingresso já estão rolando pelo site www.hacktown.com.br e como a ideia é democratizar, o preço é bem acessível a todos. Já dá pra dizer que teremos um leque mais amplo de assuntos, mais possibilidades de networking e mais oportunidades de imersão na cidade. Estamos escolhendo tudo a dedo e fazendo parceria bem legais. Entre os nomes confirmados, estão o Thiago Delfino, Head de Consumer Insights do Google, a Alessandra, ex-jogadora da Seleção Brasileira de Basquete e da WNBA, o Kaio Freitas, que trabalhou no México em uma ONG para erradicar o tráfico de mulheres e hoje tem um projeto incrível no Brasil, a Grazi Ventura, fotógrafa que está iniciando um projeto chamado Ciclos do Feminino, o Igor Saraiva, que é um dos caras mais inovadores que conheço, co-fundador da PorQueNão?. E vários outros, tão incríveis quanto estes.

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