Planejador.
Estamos vivendo mudanças exponenciais em todas as áreas.
De um contexto mais patriarcal, cartesiano e binário (através de definições maniqueístas de qualidades x defeitos como o próprio lema olímpico grego: citius, altius, fortius)...
...para um contexto mais matriarcal, sistêmico e quântico (através de maior compreensão da diversidade como na aceitação de ser quem somos).
Neste último caso, um grande finding para a vida e para o trabalho é que um so called "defeito" pode sim ser uma qualidade. Mais do que isso, vou usar um termo igualmente patriarcal nietzschiano para ser bem claro e levantar a bola da galera: um superpoder.
Porém, para encontrar o superpoder, é preciso ser contra-intuitivo das nossas timelines: repletas de mensagens como pense positivo e siga seus sonhos. É cutucar as feridas, é revirar o nosso lado sombra, portanto, compreendê-lo.
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"Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz,mas sim por tornar consciente a escuridão." - Carl Jung
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Isso é fácil? Não. É um work in progress? Sim, está sendo, no gerúndio mesmo.
Compartilho 2 "defeitos": timidez e ansiedade. Ambas compreendidas, sendo trabalhadas há alguns anos e com uma perspectiva positiva. Vamos lá.
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A pessoa tímida, numa roda de amigos, antes de manifestar, aprende, quase que como um survival social skill, a identificar microexpressões, mudanças de tom de voz e gestuais.
Compreender o valor dessas experiências de vida valem mais que um curso de comportamento, ou as temporadas do seriado Lie to me.
Assumir, compreender, abraçar e evoluir a timidez é super útil porque você enxerga mais nuances, mais detalhes, mais elementos ao analisar entrevistas, grupos, posts e identificar melhor o que está por trás do que é dito.
É como se a escuta ativa fosse um given e, portanto, ao tentar entender o outro antes de falar, também nos torna mais empáticos.
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A pessoa muito ansiosa geralmente perde o big picture, acaba dando muito peso para algumas situações então simples e, de quebra, ainda somatiza aquela taquicardia e dor de estômago.
Por outro lado, a sensação de fight or flight, se bem canalizada, pode ajudar no trust your gut e ter um olhar mais intuitivo e antecipativo de certos acontecimentos.
Ansiedade usada para o bem pode nos tornar mais disciplinados, mais preparados e confiantes para uma apresentação (antecipando debates ou perguntas), além de aumentar o seu foco em fazer aquilo acontecer.
Uma boa definição que vale a analogia foi do Tim Ferriss, que chamou de eustress, o estresse bom: um estresse/ansiedade que é saudável e que estimula o crescimento.
Estes dois exemplos mostram que o autoconhecimento das "qualidades" e "defeitos" desconstroem o binário de certo ou errado e trazem novas luzes e nuances sobre quem somos.
Estes temas estão sendo trabalhados em livros como O poder dos quietos, Antifrágil, O poder da vulnerabilidade, entre outros.
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O você, quais seus superpoderes?
Ou ao contrário? O que você acha que é superpoder, mas te engessa ou limita?
A reflexão é sempre válida.